Eu não me lembro desde quando, mas estou aqui há muito tempo.
Todos os dias aguardo a sua volta, meu coração se entristece ao te ver sair pelo enorme portão de ferro e todos os dias nesse mesmo horário minhas preces pelo dia seguinte, se iniciam. Não sei por que estou aqui, nem mesmo porque não posso sair. Eu só queira te acompanhar, quem sabe um dia entrar na sua casa!
Mas os grandes portões de ferro estão lá e deles não posso passar, é como uma maldição não poder ficar junto a você por mais tempo, sempre estive tão só.
Quando você não vem meu coração é tomado de desespero, minha alma atormentada por suposições incertas e se dilacera aos poucos enquanto a escuridão me consome. Os finais de semana eu já aprendi a aceitar a separação e convivo com a saudade, mas suas férias são como agulhas que dia-a-dia me envenenam e me fazem morrer. Me fazem morrer de novo.
Sei que você não pode me ver, nem mesmo me sentir. Não pode sentir o meu amor por você, não percebe o desespero que a tua falta me causa e a alegria imensurável que surge em meu peito ao te ver pela manhã entrando pelo pátio da escola.
Quantas vezes tentei te ajudar? Quantas vezes tentei falar de meu amor? Quantas vezes em um ato desesperado gritei e chorei na sua frente, mas meus gritos não chegavam aos seus ouvidos nem minha lagrimas molhavam o papel que você escrevia aqueles malditos advérbios que já me fartavam.
Em todos esses anos você foi a primeira pessoa assim. Com esse sorriso, esse jeito especial. Em todos esses anos você foi o único para mim, enquanto eu simplesmente não existia para você. Não sei se pode imaginar o não existir no mundo de alguém que é o seu próprio mundo. É triste, frio, solitário.
Mas ainda assim me alegro ao te ver pela manhã entrando no pátio da escola.
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