sexta-feira, abril 23

Suplício

O céu está negro, não pela noite, mas sim pela nuvem de cinzas que pairava sobre as ruas desertas. Alias desertas não, se não fosse por ele que caminhava lentamente por entre as sobras disformes dos prédios. Ele caminhava sozinho, sem rumo, sem um lugar para ir, ele apenas andava. Era como se seus pés sem seu consentimento procurassem um lugar pra ele, não uma casa ou um abrigo, ele procurava um coração. Sim um coração. No qual pudesse morar, se abrigar e curar suas feridas, feridas estas que vem crescendo com o passar dos anos...

Sozinho sua cabeça era povoada de pensamentos de solidão, a rua lá fora não lhe trazia medo, afinal sua alma era mais negra que a escuridão lá fora. Mas ele ainda vagava em busca de um coração que o aceitasse que o amasse e pudesse receber todo o amor que ele pode dar, mas exceto por ele as ruas estavam vazias. Casas e prédios abandonados, não havia mais ninguém além dele, até mesmo sua sombra o havia abandonado. Ele estava só. Envolto naquela atmosfera sombria de uma névoa espessa de dor e sofrimento. Mas ele não pararia, continuaria procurando. E este foi e será o seu suplício eterno, o de procurar por um coração vivo em meio a morta floresta de pedra.

3 comentários:

Criativa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tati Tosta disse...

Haha

Eu aqui, inconformada...Como eu não li isso antes? Meu blog não deve estar me dizendo tudo sobre quem atualiza.

Bom... Belo texto brug... Belo texto.

Grande Beijo.

Anônimo disse...

Otimo texto, mto bom mesmo!

Beeijo ;@