O céu pálido da manha fazia tudo parecer cinza, até mesmo seus belos cachinhos dourados. Parecia um quadro, um quadro cinza. Mas na mente dela, dentro de sua cabecinha havia muita cor.
Ela sentada ali sonhava. Sonhava com um mundo diferente, um mundo em que os pais não brigassem e a levasse a um passeio no parque nas tardes de domingo. Ela sonhava que não tinha que ficar na casa da Sra. Rufhus onde também morava seu marido que sempre queria brincar de coisas que a machucavam. Ela sonhava com um mundo em que as crianças não a humilhavam, maltratavam e a machucavam. Ela sonhava com um mundo de cor.
No mundo cinza lá estava a garotinha de cabelos dourados sentada na guia em baixo da árvore, seu rosto era inexpressivo, mas seus olhos denunciavam uma tristeza profunda. Tristeza essa que já transformou seus belos olhos azuis em cinza.
No seu mundo de cor ela brincava de roda com as outras meninas no quintal de sua casa, nas suas cores não havia espaço para seu pai bêbado estragar tudo. Tudo havia sido tão feliz. Seus presentes eram belos, e seu vestido de princesa foi como ela sempre quis. Tudo era perfeito em seu pequeno mundo de sonhos.
Mas o mundo era cinza e o ônibus da escola havia chegado, chegado para tira-lá de seu mundo e joga-lá de volta no triste poço cinza
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